Domingo é o segundo melhor dia em vendas – APAS – Associação Paulista de Supermercados

Domingo é o segundo melhor dia em vendas

Ter as portas abertas aos domingos e feriados é uma estratégia que mostra-se cada vez mais lucrativa para as empresas do comércio varejista. Isso afora a sazonalidade de datas comemorativas como o Dia das Mães, Namorados, entre outras, que são determinantes e representam períodos de forte crescimento nas vendas. Dentre diversos ramos de atuação, empresários de áreas como as de vestuário, calçados, entretenimento, além dos supermercadistas, por exemplo, já consideram o domingo o seu segundo melhor dia em vendas.

O comércio na data perde apenas para as vendas realizadas aos sábados. Nos shopping centers (malls) a premissa é confirmada, sendo que o domingo disputa a preferência dos lojistas com a sexta-feira, dia em que o fluxo de clientes aumenta devido ao fim das atividades profissionais e da proximidade dos dois dias de descanso. Segundo Luis Augusto Ildefonso da Silva, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping Centers (Alshop), a abertura das lojas nos dias mencionados foi um pleito conquistado pela entidade durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2002 e 2006. “Os lojistas passaram a analisar o fluxo de pessoas que transitavam aos domingos e feriados. Perceberam que estavam deixando de lucrar e frustrando o consumidor que frequentava os shoppings nesses dias”, explicou.

Silva comentou também que, dentre os dias de maior movimentação, o domingo compete diretamente com a sexta-feira. E por vezes torna-se mais rentável aos lojistas. “O domingo fica entre o segundo e a terceiro melhor dia para as vendas dentro de um shopping”, disse ele.

Com isso, as lojas presentes nos diversos centros de compras espalhados pelo Brasil ganharam 52 dias a mais, no ano, para comercializar seus produtos. Com o aumento das vendas, isso passou a suprir os gastos trabalhistas extras, com nenhum prejuízo. “Domingos e feriados são dias excelentes para quem atua na praça de alimentação. Com a demanda, a praça de alimentação da grande maioria dos empreendimentos tem um horário de funcionamento diferenciado do das lojas: das 11h às 23 horas, aos domingos e feriados.”

Supermercado

Prova do potencial de vendas nos dias extras são os supermercados que não abrem mão de operar aos domingos e feriados, para ampliarem seus ganhos. A preocupação dos players em não perder os dias fez com que, por meio de Convenção Coletiva de Trabalho fosse acertado como seriam os horários de funcionamento das redes, e como os colaboradores não seriam prejudicados com as horas a mais de trabalho no mês.

Segundo Rubens Batista Junior, sócio-fundador da consultoria KFGroup e proprietário da Beta Gama, as operações — tanto no formato hiper, quanto no supermercado — passaram a abrir aos domingos e feriados em meados de 1997 e 1998, para atender a nova demanda. “É mais fácil e de preferência do consumidor fazer as compras com calma, do que ter de correr ao mercado após o trabalho ou em seu horário de almoço”, explicou. O especialista ressaltou, ainda, a história do atacadista Makro, um dos últimos a aderir a nova tendência, devido aos custos dos dias extras.

“Antes de abrir aos fins de semana, ou ter um horário de atendimento estendido, é preciso analisar o público. Identificar o fluxo de clientes e pesquisar se os concorrentes fazem isso também”, explicou Batista Jr. Ao que completou: “O Makro, ao perceber que seria rentável abrir aos domingos, o fez rapidamente”.

Impasses

Apenas para os grandes varejistas trabalharem sete dias na semana, 365 dias ao ano, é menos oneroso, pois tais players conseguem incluir os dias extras entre os gastos normais da empresa, conforme explicou ao DCI Alvaro Furtado, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga). “Por conta da negociação temos diversas regras firmadas e isso traz encarecimento à operação. Esse custo adicional é ainda maior para as pequenas e médias empresas, do que para as grandes incorporações”, disse.

Folgas remuneradas, pagamentos adicionais e demais custos operacionais por vezes não chegam ao consumidor, pois as redes possuem bom poder de barganha com os fornecedores e prazos estendidos de pagamento, o que segura o repasse desse tipo de custo aos preços.

Fonte: Jornal DCI IÁRIO


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